quinta-feira, 21 de abril de 2011

Isso é legal

Tudo bem que eu sou torcedora do Real Madrid.
Na verdade isso é um problema. Não consigo acompanhar um esporte sem torcer (exceção: Campeonato Brasileiro, apesar de ser vascaína).
Sempre encontro um motivo: o primeiro jogo da NFL; aquele time mais fraco que consegue a vitória inesperada; o brasileiro que acabou de chegar na NBA...
Sempre existirá um motivo!
O do Real, não lembro agora. Já faz um tempo.
Mas o que é legal mesmo, apesar da torcida, é ver a mágica do esporte: Todos conseguem!
É, nada é impossível! Ninguém é invencível! O mais difícil e improvável é mais gostoso!
E o que é melhor: o perdedor evolui, o vencedor evolui, e o torcedor sempre ganha com isso.
Imagina os jogos da Champions?!
Mesmo com os comentaristas esportivos tentando prever as jogadas das próximas duas partidas entre Barça e Real, não há como imaginar o que nos espera!
No jogo de ontem, perdi o primeiro tempo.
Não vi o que todos falaram: Real em campo, Barça apagado.
Mas nunca, nunca passou pela minha cabeça que isso aconteceria.
O que vi, segundo tempo, foi o Barcelona de sempre e o Real de Mourinho.
Mourinho disse que durante o jogo não consegue ter sentimentos como o Medo.
Só consegue ver e pensar no que pode melhorar no time.
Mesmo estudando bem o adversário, mesmo prevendo um cartão ou uma jogada, ninguém sabe o que vai acontecer no Esporte.
Isso é que é legal!

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Não posso sorrir

Quando vivenciei o luto, tive medo de fazer quase tudo.
Medo de comer, beber, falar, olhar... Medo de que uma dessas ações provocasse um sorriso involuntário.
Eu não poderia sorrir.

Perdi meu pai com 11 anos. Minha avó foi antes, não lembro minha idade. Outros foram depois.

Sei que parece estranho pensar em sorrisos quando o momento é de luto, mas eu, criança que era, achava que um leve movimento dos lábios configurava o sorriso e essa possibilidade me martirizava.

Com o tempo, a palavra "significado" foi determinante.
A vida não tinha muito sentido. Você estuda, trabalha, e...

Mas então eu virei mãe, e sorriso é a coisa mais fácil de acontecer depois da maternidade. Pra dizer a verdade, no meu caso, quando penso e/ou falo sobre meu filho, o sorriso vem com os olhos cheios de lágrimas.

Por acaso, essa semana, no meu trabalho, vi que o funcionário que perde o filho tem direito a 5 dias de folga.
Pensei no meu filho e em como 5 dias não representam nada.
Como se fosse possível sentar diante do computador e seguir sua vida sem significado...
Que coisa estranha, quase uma piada pronta, mas que não faz rir.
E são muitas as coisas estranhas que acontecem nesse mundo.

Aos que estão hoje de luto, nada de "meus pêsames".
Nunca gostei de ouvir essa frase. Não me ajudava a enteder.
O que tenho a dizer é que não posso sorrir.